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PEEK (Poliéter éter cetona) é um termoplástico de engenharia de alto desempenho amplamente utilizado nas indústrias aeroespacial, médica e eletrônica devido à sua resistência térmica, resistência química e biocompatibilidade. No entanto, sua natureza semicristalina o torna sensível às condições de tratamento térmico. Este artigo analisa como diferentes processos térmicos afetam as propriedades mecânicas, a cristalinidade e a microestrutura de peças de PEEK, propondo estratégias otimizadas.
PEEK é um termoplástico aromático linear com alta resistência, tenacidade e estabilidade térmica. Porém, o resfriamento rápido durante o processamento pode resultar em baixa cristalinidade, prejudicando propriedades mecânicas e adesão entre camadas. Assim, o tratamento térmico torna-se essencial para aprimorar essas características.
Com parâmetros adequados, o tratamento térmico pode melhorar significativamente o desempenho do PEEK. Por exemplo, em fabricação aditiva, a 180–200°C por 50–60 minutos, a resistência ao cisalhamento entre camadas atinge 26,11 MPa — aumento de 97,95% em comparação a peças não tratadas. A resistência à tração e à flexão também aumenta com o tempo e a temperatura.
A cristalinidade influencia diretamente a resistência mecânica e térmica. O tratamento térmico favorece a cristalização e a reorganização molecular. A 300°C por 210 minutos, a cristalinidade melhora e a resistência à tração aumenta de 88,6 para 100,29 MPa. Resfriamento lento favorece a formação de uma estrutura mais densa e homogênea.
O tratamento térmico também modifica a microestrutura interna. Imagens de microscopia eletrônica (SEM) mostram fraturas mais rugosas e porosidade reduzida após o tratamento, indicando estrutura mais compacta. A técnica de prensagem a quente melhora ainda mais a morfologia do PEEK.
Temperatura e tempo são os principais fatores. Em impressão 3D, recomenda-se 180–200°C por 50–60 minutos. Para peças moldadas por injeção, é ideal realizar cura térmica para eliminar tensões internas e estabilizar dimensões.
Processos como recozimento e têmpera ajudam a melhorar a estrutura interna e aliviar tensões. Por exemplo, recozer a 160°C por 30 minutos e depois a 200°C por 2 horas melhora significativamente as propriedades mecânicas. A velocidade de resfriamento também influencia na resistência e tenacidade.
O tratamento térmico deve ser ajustado conforme o setor. Na indústria aeroespacial, exigem-se temperaturas mais altas e longos tempos de retenção. Já na área médica, é fundamental garantir biocompatibilidade e resistência à corrosão.
O tratamento térmico tem grande impacto nas propriedades mecânicas, cristalinidade e microestrutura do PEEK. Ajustando parâmetros como temperatura, tempo e resfriamento, é possível melhorar consideravelmente o desempenho. Pesquisas futuras devem buscar condições ideais por aplicação e utilizar técnicas como DSC e SEM para uma análise mais aprofundada.